Míngua


Ele sempre esteve com ela. Ali, sentado no banco do carro bem ao seu lado; Na mesma cama, na mesma sala, no restaurante, no diálogo. Às vezes ele até fazia-a rir e se encontravam em um abraço. Mas logo ele se perdia nele mesmo e seu pensamento saía voando pela tangente. O espaço que seu corpo ocupava era mais vazio do que a sua própria ausência. De tão oco fazia eco. Tinha tanta falta na presença dele que ela se sentia mais abandonada quando estava em sua companhia.
Por fim ela decidiu ficar sozinha.
E ele percebeu que o problema em estar em um lugar pensando em outro acaba fazendo com que ele não esteja em lugar nenhum.
Ele nunca esteve com ela.

2 comentários:

Fernando Belo disse...

caramba

Van disse...

Sei bem o que é isso, apesar dessa experiência nunca ter sido o meu desejo.O bom é se reconfortar com quem já viveu o mesmo!=) Belíssimas palavras:sábias e sensíveis!Obrigada!=)